Vídeo: veja prisão do maior cozinheiro de metanfetamina de São Paulo

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São Paulo — Conhecido como o maior cozinheiro de metanfetamina do submundo do tráfico de drogas em São Paulo, o mexicano Guillermo Fabian Martinez Ortiz, o Fantasma, foi encontrado pela Polícia Civil nesta sexta-feira (17/10) em um edifício de flats no bairro de Higienópolis, no centro. Após ser detido, franqueou a entrada dos policiais em seu apartamento, onde foram encontrados outros três suspeitos de tráfico de drogas.

Minutos antes de entrar no apartamento, pediu silêncio aos policiais, que perguntaram se ele estava sozinho. Quando um comparsa abriu a porta, agentes apontaram as armas e anunciaram: “Polícia, levanta a mão”. Perguntaram, então: “Guillermo, onde está a meta?”. Ele, então, apontou para uma caixinha colorida.

Quando abriram, encontraram saquinhos com pequenas porções da droga. Ele também informou a policiais que está regular no Brasil. Além de Ortiz, foi preso também Thiago Barcelos da Silva, conhecido como “hacker”, um chinês e uma brasileira.

Eles são alvos da Operação Heisenberg, da Polícia Civil, deflagrada para prender 60 integrantes de um grupo de chineses, mexicanos e nigerianos que dominam a venda da metanfetamina em São Paulo. Ortiz era procurado desde dezembro de 2024.

O flat onde estava com os comparsas cobra diária de R$ 350 e tem academia, sauna, piscina, bar, academia, restaurante e sala de eventos.

Entenda o nome da operação

  • A ação policial leva este nome por ser inspirada na série televisiva Breaking Bad;
  • Protagonista da trama, o professor de química Walter White vira cozinheiro de metanfetamina após ser diagnosticado com câncer no pulmão;
  • Ao longo da série, torna-se um temido traficante, com o codinome de Heisenberg.

Queda de preço

Investigadores desconfiam de que a vinda de Ortiz para o Brasil tenha relação com a queda no preço da metanfetamina. Antes, a droga era importada e apreensões anuais eram irrisórias.

O mexicano, que tem conhecimento técnico profundo sobre o manuseio dos componentes do produto, passou a produzi-la em São Paulo, com qualidade alta e preço mais baixo, segundo a investigação.

Anteriormente, um grama de metanfetamina podia chegar a R$ 600. Hoje, é encontrado por R$ 70. Ortiz teria aberto possibilidade para que chineses e nigerianos se aventurassem a produzir a droga, o que fez o preço baixar mais ainda.

Operação Heisenberg

Ortiz já havia sido preso uma vez em 2022, em um motel, com 12,5 gramas de metanfetamina, armas e recipientes usados para cozinhar a droga. Ele foi condenado a um ano de prisão, mas teve o direito de responder em liberdade.

Foi na Operação Heisenberg, conduzida pelo Denarc, que Ortiz passou a ser investigado como um dos maiores fornecedores de um grupo de narcotraficantes chineses em São Paulo.

Droga do sexo químico

  • A investigação revela que a metanfetamina se popularizou e virou a droga do sexo químico em motéis e hotéis da capital paulista;
  • Conhecida como “chemsex”, termo em inglês, a prática consiste em apimentar o sexo com o uso de drogas;
  • A metanfetamina tem um efeito que dura muitas horas e tem sido amplamente usada para esse fim.

Após a Polícia Civil prender um grupo de chineses com 2 kg da droga no centro de São Paulo e apreender seus celulares, um manancial de trocas de mensagens identificadas nos aparelhos mostrava uma grande rede de tráfico.

Ortiz era um dos protagonistas dos diálogos encontrados nos celulares — e foi entre traficantes chineses que o apelido Fantasma se popularizou. Em uma dessas conversas, ele negociava a venda de pistolas e uma metralhadora com um traficante oriental.

Em outra conversa, Ortiz enviou uma foto de cristais de metanfetamina e, em seguida, encaminhou o número de Pix de um outro traficante. A esposa dele também recebeu transferências de traficantes chineses.