São Paulo — O tenente da Polícia Militar Fernando Genauro da Silva, preso por suspeita de dirigir o carro que levava os executores de Vinícius Gritzbach, teria enviado uma mensagem a um dos seguranças da vítima momentos antes do assassinato. Gritzbach, “condenado” à morte pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), foi fuzilado com 10 tiros de fuzil no Aeroporto de Guarulhos em 8 de novembro do ano passado.
Durante o homicídio, um civil e quatro policiais militares faziam a escolta de Gritzbach, que retornava de uma viagem a Maceió. Na semana passada, os PMs foram presos por realizarem escolta irregular.
Oficialmente, não havia indícios de que eles tivessem participação no assassinato. No entanto, para uma fonte ligada à investigação do caso na Corregedoria da Polícia Militar, o telefonema seria a prova de que os seguranças teriam agido em parceria com os atiradores.
O tenente Fernando Genauro teria questionado ao segurança civil, que estava na viagem com Gritzbach: “Já chegaram?”.
Após a prisão de Genauro, o segurança em questão teria ido até o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para prestar depoimento. Ele disse que só quando o tenente foi detido percebeu a possibilidade de que o PM tivesse envolvimento no crime.
Além do telefonema envolvendo o segurança civil, um dos policiais que fazia a escolta do delator levantou suspeitas da equipe de investigação ao deixar seu telefone celular fora área do aeroporto, supostamente para que o sinal não fosse captado por antenas telefônicas.
Viagem a Alagoas
- Vinícius Gritzbach embarcou para Alagoas no dia 1º de novembro para passar uma semana em uma pousada em São Miguel dos Milagres;
- Com ele, estavam sua namorada, Maria Helena Paiva Antunes, o segurança Danilo Lima Silva e o policial militar Samuel Tillvitz da Luz;
- Durante a viagem ao Nordeste, dois dias antes do retorno a São Paulo, Gritzbach pediu que seu segurança civil fosse até um quiosque na orla de Maceió para buscar um kit de joias, com um homem identificado como Alan;
- Segundo a polícia, as joias foram avaliadas em mais de R$ 1 milhão;
- Em depoimento, o segurança afirmou que o delator teria pedido para que ele buscasse as joias em Maceió após receber a ligação de um homem, não identificado, que teria uma dívida de R$ 2 milhões com ele;
- As joias seriam entregues como parte do pagamento pela dívida.
Executores presos
Além do tenente Fernando Genauro da Silva, que teria atuado como motorista na execução, dois cabos da Polícia Militar foram presos apontados como os atiradores. São eles Denis Martins e Ruan da Silva Rodrigues. Ambos devem ser submetidos à coleta de material genético, que pode comprovar se eles estiveram no local do crime e no veículo que teria sido utilizado na fuga.
Ao todo, 17 PMs foram presos. Catorze deles por suspeita de envolvimento no esquema de segurança irregular, e três por suspeita de envolvimento no assassinato de Gritzbach.