
Juscelino Kubitschek, João Goulart e Emílio Garrastazu Médici eram os presidentes da República nos anos das três primeiras conquistas da seleção: 1958, 1962 e 1970. Já o mineiro Itamar Franco comandava o Brasil em 1994, quando veio o tetra, e, ao contrário dos antecessores, era uma figura mais discreta e torcia quase sempre em silêncio. Ele assistiu a todos os sete jogos na TV do Palácio da Alvorada, residência oficial, em Brasília, ao lado de amigos próximos. Itamar negava-se a posar para fotos, antecipando eventuais comemorações pela conquista.
Assim que Dunga ergueu a taça, o chefe de Estado ditou o texto para um documento que seria enviado, via fax, aos jogadores e à comissão técnica: “A conquista do tetra tem significado de recompensa para todos os brasileiros que merecem o direito do sonho realizado. Nossos jogadores, desportistas merecedores de nossa admiração irrestrita, demonstraram competência técnica, inteligência, espírito de equipe, coragem e patriotismo, que peço a Deus inspire todo o povo e sirva de exemplo a todos os países”. O presidente tinha uma superstição: assistir aos jogos com a mesma roupa, sendo uma camisa branca e uma calça azul. Para ele, eram as cores que lhe deram sorte em anos de campanha política.
Em 2002, ano do pentacampeonato, o presidente era Fernando Henrique Cardoso. Ele recebeu os jogadores no Planalto em uma comemoração lembrada até hoje pela cambalhota de Vampeta na rampa do Palácio.

Voltando a 1958, Juscelino Kubitschek recebeu os campeões no Rio de Janeiro, pois Brasília só seria inaugurada em 21 de abril de 1960. No dia em que a seleção goleou a Suécia por 5 a 2 e conquistou o mundial pela primeira vez, JK, que estava vistoriando as obras da futura capital, enviou uma mensagem aos campeões. Ouça o áudio raríssimo da Rádio Nacional do Rio de Janeiro.