A um ano e oito meses para as eleições de 2026, governadores de alguns estados vêm travando guerras com seus vices, com acusações de quebras de acordos para o pleito do próximo ano.
No Tocantins, por exemplo, o clima azedou tanto que o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) chegou a suspender o uso do cartão corporativo do seu vice, Laurez da Rocha Moreira (PDT).
Segundo interlocutores de Laurez, o vice tem viajado e bancado até alimentação com dinheiro do próprio bolso desde o final de 2024, quando rompeu de vez com o atual governador do Tacantins.
Após o rompimento, o governador também chegou a aprovar na Assembleia Legislativa, em 18 de dezembro, uma regra para não precisar passar o governo ao vice, caso se ausente do estado por até 15 dias.
De acordo com auxiliares do vice-governador do Tocantins, a divergência entre ele e Wanderley Barbosa teria começado após o o vice decidir insistir em se candidatar para o governo do estado em 2026.
Aliados do vice acusam o governador de descumprir um acordo que previa apoio a Laurez em 2026. Wanderley tem sinalizado apoio ao atual presidente da Asssembleia, Amelio Cayres (Republicanos).
Em nota, a secretaria executiva do Maranhão disse que tem adotado uma série de “medidas de contenção de despesas na administração pública, incluindo a suspensão de cartões corporativos”.
“As ações fazem parte de uma estratégia preventiva para equilibrar as contas públicas, garantir maior eficiência na gestão financeira e fortalecer a capacidade de investimento do estado”, disse o governo em nota
Treta no Maranhão
No Maranhão, o atual governador, Carlos Brandão (PSB), também rompeu com seu vice, Felipe Camarão (PT-MA), e não deve apoiá-lo na eleição ao governo do estado em 2026.
Mesmo sem o apoio do atual governador, que não pode concorrer à reeleição no próximo ano, Camarão já sinalizou a aliados que pretende se candidatar ao governo do Maranhão.
O atual governador quer emplacar como seu sucessor o conselheiro do Tribunal de Contas do Maranhão Daniel Brandão, que é seu sobrinho. O caso chegou aos ouvidos de Lula, que entrou em cena para tentar mediar um acordo.