Paciente terminal e esposa se casam em hospital após 35 anos juntos

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Juntos há 35 anos, Cláudio Natividade e Raimunda Natividade, ambos de 66 anos, realizaram o tão sonhado desejo de se casarem, no último sábado (18/1). A cerimônia ocorreu na capela do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), acompanhada pelos olhares emocionados de parentes, amigos e funcionários da unidade de saúde.

A vontade de formalizar a união sempre havia sido um anseio de Raimunda, mas o pedido partiu de Cláudio. O paciente, em cuidados paliativos devido a um câncer renal metastático, confidenciou à equipe médica que queria realizar o sonho da amada. “Mesmo na fragilidade, ele queria selar nosso amor”, comentou a noiva.

Organizado em apenas três dias, o casamento ficou sob responsabilidade da equipe multidisciplinar do HRSM, com cada detalhe cuidadosamente planejado: flores, tapetes, luminárias, lembrancinhas, salgados, bolo, docinhos e até espumante para o brinde.

Veja imagens da cerimônia:

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A enfermeira paliativista Leonizia Lima foi uma das idealizadoras da ação, ao lado do gerente da emergência, o médico Felipe Augusto de Oliveira, e da médica paliativista Brunna Adriana Rezende. “Quando soubemos do desejo deles, queríamos proporcionar algo especial, mesmo em um momento tão delicado”, afirmou Leonizia.

Todo o planejamento se deu para garantir o bem-estar do paciente, com uma celebração adaptada às necessidades de Cláudio. Vestido em traje especial, o noivo entrou na capela na cadeira de rodas que usa, acompanhado pela filha. Raimunda, com um elegante vestido branco, foi conduzida pelo filho mais velho.

“O coração bateu forte. Foi o momento mais lindo da minha vida”, confessou Cláudio, com lágrimas nos olhos após trocar as alianças com Raimunda. “Significou união, partilha e amor eterno. Estamos muito felizes por esse momento”, completou ela.

O casamento foi primeiro a ocorrer no HRSM.  “Isso foi um marco. Mostra que, enquanto há vida, há espaço para celebrar e sonhar”, destacou Felipe Augusto.

A médica Brunna Adriana completou: “Essa foi uma lição de empatia e humanidade. Pequenos gestos como esse casamento mostram que o cuidado vai além da saúde física. É sobre cuidar da alma.”

Com informações do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF)