Justiça cita corrupção e entrega de R$ 1 milhão a assessor de deputado

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O assessor do deputado Antônio Doido (MDM-PA) foi preso pela Polícia Federal após ser flagrado supostamente recebendo valores do representante de uma empresa que tem contratos com cidades paraenses. Parte deles, diz a PF, pagos com recursos federais.

Na decisão em que colocou o assessor Jacob Serruya Neto em liberdade, a juíza do caso afirma que ele foi surpreendido recebendo os valores do representante da empresa ao lado de uma agência bancária.

A entrega foi logo após o representante realizar um saque de R$ 1 milhão.

“Após sair (o representante da empresa) da agência bancária, ele entrou em seu veículo e, algum tempo depois, teria estacionado em via pública. Ato contínuo desembarcou do seu carro, portando uma mochila, e embarcou no automóvel  cor preta, no qual estaria Jacob”, diz trecho da decisão.

Para a juíza, o flagrante aponta para indícios da participação do assessor de Antônio Doido na “prática de corrupção ativa e passiva.”

A PF soube do saque na conta da empresa após uma denúncia anônima sobre o uso do dinheiro para pagamento de propina a servidores públicos.

A empresa cuja conta abasteceu o repasse, diz a PF, participou de “57 procedimentos licitatórios após a sua constituição” e foi “vencedora de lotes em 33 licitações municipais”.

“Dentre os quais diversos empenhos celebrados tendo como principal fonte recursos de origem federal, cuja soma dos valores negociados superaria o montante dos R$24 milhões”, diz a decisão.

O assessor e o representante da empresa ficaram em silêncio durante o depoimento à PF.

A esposa do representante, no entanto, confirmou que ele atuava em licitações e disse que não conhecia a pessoa com quem ele foi falar após realizar o saque.

Segundo ela, o marido não informou qual seria o destino dos valores retirados na agência bancária.

Ao liberar o assessor, a juíza impôs o pagamento de R$ 40 mil de fiança, proibição de deixar Belém sem autorização e a obrigação de comparecer em juízo periodicamente.

“Diante da dinâmica dos fatos apurados e relatados, conjugada com todos os elementos coligidos até o momento, decorrente das diligências operadas pelos agentes policiais, contexto que levanta fundadas suspeitas e indicam a possível veracidade do relato objeto da informação anônima então recebida, tenho que tais elementos constituem-se em indícios suficientes de autoria e materialidade do crime em questão neste momento indiciário e preliminar”, diz a juíza na decisão.

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PF prendeu duas pessoas em flagrante com R$ 1,1 mi em espécie

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