
O corpo da estudante de turismo da USP Bruna Oliveira da Silva, encontrada morta num estacionamento em Itaquera, na zona leste de São Paulo, foi sepultado na manhã deste sábado (19) no Cemitério Vila Carmosina. Ela deixa um filho de sete anos. Ontem, a mãe de Bruna declarou que a filha era sua inspiração e lutava em prol do feminismo e contra a violência de gênero. A jovem, de 28 anos, estava desaparecida desde o domingo (13). “Morreu exatamente como ela mais temia e como eu mais temia. E aí pergunto: ‘por que não fui eu?’. A dor seria bem menor”, afirmou Simone da Silva à TV Globo.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o episódio foi registrado como morte suspeita no 24º DP (Ponte Rasa), que “realiza diligências em apoio ao DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) para esclarecer os fatos e identificar a autoria”. As autoridades não informaram se há suspeitos ou hipóteses para um possível crime.

Entenda o caso
Bruna desapareceu por volta das 22 horas do domingo após deixar a residência do namorado, no Butantã, zona oeste. Segundo amigos, ela desceu na Estação Itaquera do metrô. Teria se encaminhado a uma banca de jornal para carregar a bateria do celular e pedir um carro por aplicativo para voltar para casa, nas proximidades. Ainda não há informações sobre se ela chegou a entrar em algum veículo, se foi embora a pé ou de transporte coletivo.
Segundo o boletim de ocorrência, o corpo de Bruna foi encontrado apenas com trajes íntimos, o que pode sugerir a ocorrência de estupro. Os policiais solicitaram a realização de perícia no local e exame sexológico na vítima. A mãe da jovem disse ainda que ela era sua melhor amiga e a pessoa com quem podia contar. “Ela falava para mim: ‘mãe, estuda, e não dependa de ninguém. Estuda e trabalha’. Tudo o que consegui na minha vida foi ela me empurrando. E agora? Quem vai fazer isso?”, disse à TV Globo.
Saiba mais sobre a estudante
Bruna tinha um filho de sete anos e era turismóloga formada em 2018 pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo – a EACH, na USP Leste. A jovem havia ingressado havia poucos meses no mestrado em Mudança Social e Participação Política na instituição de ensino.
O objetivo era seguir com a pesquisa realizada em seu trabalho de conclusão de curso (TCC), sobre um time de várzea sediado debaixo do Viaduto Alcântara Machado e formado por pessoas em situação de rua.
Uma amiga relembrou de Bruna relembrou sua preocupação com as pessoas ao redor, com causas sociais, e a dedicação ao filho. “Ela se revoltava muito, se sensibilizava com casos de violência contra as mulheres. É triste ter se tornado mais uma vítima. Cabe a nós continuar o legado dela não deixando casos assim continuarem impunes”, disse Karina Ribeiro Amorim ao Estadão.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carol Santos