Por mais de 50 anos, o mundo teve certeza sobre qual era a árvore mais antiga ainda viva do planeta e os cientistas a batizaram com um nome apropriado: Matusalém. Nos últimos anos, porém, novas técnicas de medição têm colocado o título desta árvore em cheque.
Matusalém é um pinheiro-da-califórnia (Pinus longaeva), espécie conhecida por sua longevidade. Localizado no oeste dos Estados Unidos, teve sua idade calculada com a retirada de uma amostra de seu tronco que determinou o ano em que ela germinou: 2.833 a.C.
Isso indica que hoje a árvore milenar possui 4.858 anos. Ou seja, Matusalém era um organismo já com três séculos quando começou a construção da Grande Pirâmide de Gizé, no Egito Antigo. Entretanto, esta não parece ser a planta mais antiga do mundo.
Novo pinheiro desafia recorde
Em 2013, um grupo de pesquisadores anunciou a descoberta de um Pinus longaeva ainda mais antigo, na mesma região do Matusalém. Sem nome, esta árvore foi datada com 5.062 anos.
A idade foi determinada pelo mesmo método. Uma ferramenta extrai um núcleo de madeira sem causar danos graves à planta. Isso permite observar os anéis de crescimento da planta (os vários semicírculos que se formam ao redor da planta e indicam quanto tempo ela tardou em crescer). Sabendo quanto tempo a espécie leva para formar um semicírculo em seu núcleo, é possível determinar a idade do vegetal.
A árvore, no entanto, permanece sem nome e em localização protegida. A ausência de informações é uma estratégia de proteção para evitar atos de vandalismo ou explorações turísticas que prejudiquem a planta.
“Gran Abuelo” e a ciência da incerteza
A concorrência ao título, no entanto, não se limita ao hemisfério norte. No Chile, uma árvore da espécie Fitzroya cupressoides atraiu a atenção da comunidade científica com estimativas que a colocam acima das rivais californianas.
Conhecido como Gran Abuelo, o exemplar do Parque Nacional Alerce Costero pode ter 5.484 anos, de acordo com o cientista climático Jonathan Barichivich. A estimativa foi feita com base em amostras parciais do tronco e modelagem estatística.
Segundo o pesquisador, a fragilidade das raízes da planta em contraste com a dureza de seu tronco impedem a retirada de uma amostra total sem causar perigosos riscos à planta. Por isso, ele fez a retirada do núcleo de um dos galos e matematicamente estimou a data com base no crescimento de outras plantas da mesma espécie na zona.
Com 28 metros de altura, o gigante chileno se destaca não apenas pela idade projetada, mas também pela mensagem simbólica que carrega sobre a resiliência diante de mudanças climáticas e o papel das florestas no equilíbrio ecológico.
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