As queimadas continuam batendo números alarmantes ano após ano no Brasil. De acordo com dados do MapBiomas, mais de 30,8 milhões de hectares foram queimados no país entre janeiro e dezembro do ano passado. A área queimada é maior que todo o território da Itália.

Recorde de queimadas no Brasil

• Recorde de queimadas: Em 2024, o Brasil perdeu 30,8 milhões de hectares para o fogo, 79% a mais que 2023, com impacto maior na vegetação nativa.
• Amazônia mais afetada: o bioma teve 17,7 milhões de hectares queimados, superando os últimos seis anos e o total nacional de 2023.
• Seca e El Niño: o período seco associado ao El Niño aumentou a vulnerabilidade da vegetação ao fogo em quase todos os biomas.
• Impacto nos biomas: Cerrado perdeu 9,7 milhões de hectares, seguido por Pantanal (1,9 mi), Mata Atlântica (1 mi), Caatinga (330 mil) e Pampa (3,4 mil).

O número de queimadas no ano passado representa um aumento de 79% em relação a 2023, ou um crescimento de 13,6 milhões de hectares. O estudo do Monitor do Fogo mostra que três em cada quatro hectares queimados foram de vegetação nativa, principalmente em formações florestais, que totalizaram 25% da área queimada no país.

Entre as áreas de uso agropecuário, as pastagens se destacaram, com 6,7 milhões de hectares queimados entre janeiro e dezembro do ano passado.

A diretora de ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e coordenadora do MapBiomas Fogo, Ane Alencar, esclareceu que o ano de 2024 se destacou como um período atípico e alarmante do fogo no Brasil. “Houve aumento expressivo na área queimada em quase todos os biomas, afetando especialmente as áreas florestais, que normalmente não são tão atingidas”, disse.

Para o MapBiomas, o aumento das áreas queimadas está associado aos efeitos acumulados de um longo período seco que afetou grande parte do país, ligados ao fenômeno El Niño entre 2023 e 2024, classificado como de intensidade moderada e forte. Com a baixa umidade, a vegetação fica mais suscetível ao fogo.

Amazônia

O bioma mais afetado pelo fogo foi a Amazônia. Os 17,7 milhões de hectares queimados ao longo de 2024 na região correspondem a mais da metade de toda área queimada no Brasil no ano passado. É a maior área queimada dos últimos seis anos no bioma.

O número de queimadas na Amazônia fica mais alarmante quando comparado a 2023. A área perdida no bioma é maior que o total que foi queimado em todo o país em 2023.

A formação florestal foi a classe de vegetação nativa que mais queimou na Amazônia: cerca de 6,8 milhões de hectares, superando a área queimada da classe de pastagem, que foi de 5,8 milhões de hectares.

O Cerrado perdeu 9,7 milhões de hectares para o fogo. A Mata Atlântica teve perda de 1 milhão de hectares, Pantanal 1,9 milhão de hectares, Pampa 3,4 mil hectares e na Caatinga o fogo destruiu 330 mil hectares.