Empresas aceleram ações sustentáveis, mas Agenda 2030 segue distante do essencial

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O Fórum Ambição 2030, realizado em São Paulo, reuniu mais de duas mil empresas e lançou o Relatório Ambição 2030 – Ano 3, com dados sobre os compromissos públicos assumidos pelo setor privado brasileiro com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. O documento apresenta avanços em áreas como liderança feminina, eficiência hídrica, economia circular e redução de emissões. Mas, a cinco anos do fim da década, a transformação ainda é insuficiente. A sustentabilidade já entrou na lógica dos negócios. Empresas como Coca-Cola, C&A, Natura e Eletrobrás apresentaram iniciativas ligadas à conservação dos biomas, reciclagem e cadeias produtivas de menor impacto. A redução de 26 milhões de toneladas de CO₂ e o alcance de 39 milhões de pessoas com acesso à água potável mostram que há entregas concretas. Mas os números também escancaram limites: menos de 20% das empresas comprometidas com equidade racial têm 30% de pessoas negras em cargos de liderança, e o conceito de salário digno ainda avança lentamente. O relatório mostra que a maior parte das ações está concentrada em empresas com estrutura, governança e acesso a financiamento. Pequenas e médias empresas, territórios vulneráveis e biomas estratégicos, como a Amazônia, seguem à margem.

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A Agenda 2030 orienta um novo modelo de desenvolvimento — mais justo, viável e coletivo — mas os dados revelam que a mudança ainda é parcial, e desigual.Com a COP30 se aproximando, o Brasil será cobrado não por promessas, mas por resultados. O relatório é claro: ou o setor privado acelera com base em metas, dados e impacto real — ou corre o risco de ficar fora da nova economia.