Uma mulher acionou a Justiça após dizer que acertou os números da Mega-Sena, mas a lotérica não registrou o bilhete vencedor no sistema. A apostadora Mara Hoffmann seria a única ganhadora do prêmio de R$ 201,9 milhões, sorteado em 28 de setembro de 2022.
De acordo com o processo, obtido pela coluna, os seguintes números haviam sido apostados: 03, 20, 22, 23, 37, 41 e 42 (Mega-Sena).
Na mesma data, também jogou na Quina e na Lotofácil. A mulher diz que, após o pagamento, a funcionária da loteria lhe entregou três bilhetes, mais três comprovantes, só que um deles seria repetido, deixando de fora a aposta da Mega-Sena – o que ela só teria notado logo antes do sorteio. Tarde demais.
Confira o resultado do concurso 2524 da Mega-Sena:

Mara, então, teria retornado à lotérica no dia seguinte, conversado com a gerente e visto as imagens das câmeras de segurança, que, segundo a apostadora, atestaram o erro da funcionária ao não grampear o comprovante do bilhete supostamente ganhador da Mega-Sena. Uma cópia dessa filmagem, porém, não teria lhe sido concedida.
“No dia 29 de setembro de 2022, a requerente [Mara Hoffmann] procurou a segunda promovida para exigir o comprovante de sua aposta da Mega Sena. Tendo explicado à gerente que os números de sua aposta foram os sorteados no dia anterior. Assim, a gerente da lotérica informou que iria conferir as imagens das câmeras de seguranças internas. Depois de alguns instantes, a demandante fora chamada a uma sala interna, tendo sido confirmado, através das mencionadas imagens das câmeras de segurança, o erro da funcionária a qual não grampeou ao bilhete de aposta o comprovante premiado”, diz o processo.
Por isso, Mara pediu à Justiça que obrigasse a lotérica a disponibilizar as imagens e dados das apostas, o que, na visão da defesa, seriam uma produção antecipada de provas para comprovar os fatos. Também registrou boletim de ocorrência.
A Justiça acatou a solicitação em 1ª instância em fevereiro passado.
A loteria, porém, contesta os fatos. Segundo a defesa, as imagens das câmeras de segurança não estão mais disponíveis porque são apagadas a cada 6 meses. Por isso, afirma que seria uma produção impossível de provas.
Constam imagens dos três bilhetes no processo. Enquanto a mulher as usa para provar a própria versão dos fatos, a lotérica rebate.
“Ao se observar a forma como foi grafada e marcada as apostas no espelho da aposta, vemos que justamente a da MEGA SENA é diferente das outras, deixando claro que foi feito posteriormente. Outro fato interessante é quando vemos o local onde foi grampeada a aposta, nas apostas realizadas vemos que foram grampeadas na lateral de cima do lado esquerdo, e justamente na da MEGA SENA, se destacou o espelho original, se colocou um feito posteriormente e se grampeou no centro do bilhete”, sustenta a defesa do estabelecimento.
O valor pago pelo bilhete da Mega-Sena também é questionado pela defesa da lotérica:
“Por fim de forma a arrematar o aqui aduzido, se materializa no valor da aposta, pois segundo o espelho da MEGA SENA anexado, vemos que foram marcados 07 números, assim sendo, só esta aposta seria R$ 31,50. Diferente dos R$ 11,00 cobrados, referente a todas as apostas realizadas”, complementa.
Sobre o sorteio da Mega-Sena
À época, o prêmio de R$ 201,9 milhões era considerado um dos maiores da Mega-Sena, próximo ao da Mega da Virada de 31 de dezembro de 2020. Como ninguém acertou as seis dezenas, o montante acumulou pela 14ª vez consecutiva.
Houve 404 apostas ganhadoras da Mega-Sena da quina (cinco acertos), no valor de R$ 43.914,62. Outros 30.194 jogos fizeram a quadra (quatro acertos) e receberam R$ 839,40.