O técnico em manutenção de fibra óptica que morreu após ser lançado a cerca de 10 metros por um carro em alta velocidade iria se casar em breve. João Lucas Paiva, de 25 anos, provou o terno que usaria na cerimônia no sábado (6/4) e aguardava ansiosamente pelo grande dia: 3 de agosto.
Após o acidente, ele foi levado ao Hospital Salgado Filho, no Méier (RJ), onde foi sedado, entubado e submetido a uma cirurgia, mas não resistiu.
O acidente ocorreu na última segunda-feira (14/4), na Rua Darke de Mattos, em Higienópolis (RJ). João trabalhava sobre uma escada de aproximadamente 4 metros quando foi surpreendido por um carro em alta velocidade que atingiu a estrutura, lançando-o a quase 10 metros de distância. O motorista fugiu do local sem prestar socorro e, até o momento, continua foragido.
Em seu perfil nas redes sociais, João Lucas exibia fotos ao lado da noiva e não escondia o amor que sentia nem os momentos de felicidade que compartilhavam. “Quero registrar cada segundo contigo”, escreveu em uma das legendas.
Abalada com a morte do irmão, por quem nutria profunda admiração, Thainara disse à coluna que João era “um rapaz precioso”.
“Meu irmão era pacato, tranquilo. Na segunda-feira, dia do acidente, ele visitou o apartamento onde moraria com a esposa após o casamento. À noite, foi trabalhar… e isso aconteceu”, lamentou.
Tristeza
Familiares de João Lucas estão consternados com a perda repentina. Pelas redes sociais, a irmã Thainara Paiva, de 31 anos, tem feito apelos por ajuda para identificar o responsável pelo atropelamento. “Meu irmão acabou de completar 25 anos. Um homem de caráter, trabalhador, bom filho e noivo. Ele estava ansioso porque se casaria em agosto, estava com tudo pronto…”, lamentou.
À coluna, Thainara desabafou que espera que seu relato alcance pessoas que tenham testemunhado o acidente. “Um amigo da família, que trabalhava com o João e o socorreu, disse que o carro estava tão rápido que ele nem conseguiu vê-lo direito. Uma estudante que passava pelo local disse que o veículo era vermelho”, contou.
Ela também esteve na região onde o acidente aconteceu e pediu ajuda aos moradores para acessar imagens de câmeras de segurança. No entanto, os donos dos sistemas se recusaram a colaborar. “Eu não sei o motivo, não sei se estão com medo. Nada vai trazer ele de volta, mas, se depender da gente, isso não vai acontecer com outras famílias”, disse, indignada.
Thainara ainda revelou que testemunhas disseram à família que o carro que matou João parecia estar participando de um racha — corrida ilegal de veículos. “Isso porque, além de estar em alta velocidade, ele estava pareado com outro carro, que também corria”, relatou.
Procurada pela reportagem, a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ) informou que “o caso foi registrado na 21ª Delegacia de Polícia (Bonsucesso). Agentes realizam diligências para esclarecer os fatos e apurar a autoria do crime.”
João Lucas será velado e sepultado nesta segunda-feira (20/4), no Cemitério de São Francisco Xavier, no Caju (RJ).