A morte de Sarah Raíssa Pereira de Castro (foto em destaque), que completa uma semana neste domingo (20/4), ainda é investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
Alguns pontos ainda precisam ser esclarecidos, como, por exemplo, a identidade de quem criou o “desafio” de inalar gás de desodorante – que levou a menina de 8 anos a passar mal e morrer.
Os perfis por trás desses vídeos responderão por homicídio duplamente qualificado (por meio que pode causar perigo comum e por ter sido praticado contra menor de 14 anos de idade), cuja pena pode alcançar os 30 anos de prisão.
O que aconteceu
- Segundo a PCDF, Sarah Raíssa Pereira de Castro deu entrada no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) na quinta-feira (10/4), após ter inalado gás de desodorante.
- A menina foi influenciada por uma trend – algo que se tornou popular – em um aplicativo de vídeos curtos.
- Sarah teve uma parada cardiorrespiratória, mas foi reanimada após uma hora de tentativas por parte dos médicos. Ela, no entanto, não respondeu mais a estímulos e teve constatada a morte cerebral no último domingo (13/4).
- Agora, a PCDF investiga como a criança teve acesso ao referido desafio. O caso é apurado pela 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro).
Laudo e perícia em celular
As autoridades ainda aguardam laudos periciais para confirmar as causas da morte. Há também questionamentos sobre a responsabilidade das redes sociais na disseminação de conteúdos perigosos e na proteção dos usuários, especialmente menores de idade.
O celular da criança foi apreendido, e o laudo pericial demora até 30 dias para ficar pronto. Assim que os policiais tiverem essa prova técnica, poderão avançar nas investigações.
O laudo de local também deve determinar a dinâmica de como a criança teria inalado o produto.
Se ficar comprovado que Sarah Raíssa acessou os vídeos do desafio, a rede social por meio da qual ela assistiu ao conteúdo também será oficiada, para que sejam obtidas mais informações sobre o criador do desafio.
O avô da criança seria o responsável pela criança no momento em que ela foi encontrada caída no sofá de casa e sem sinais vitais. Além disso, havia um frasco de desodorante aerossol sob uma almofada, que estava encharcada pelo produto.
Pai quer justiça
Ainda em busca de justiça, o pai de Sarah, Cássio Maurilio, posicionou-se a favor de uma regulamentação para as redes sociais que atuam no país.
Em entrevista ao Metrópoles, ele defendeu que, além de uma supervisão dos pais, é preciso que as plataformas tenham responsabilidade sobre o que circula dentro delas.
“Elas [plataformas] têm que ter responsabilidade sobre o tipo de vídeo que elas estão transmitindo e para qual tipo de público. Porque, hoje em dia, toda criança tem um celular, o mundo está conectado, está muito fácil o acesso”, disse.
Um dia antes, no enterro da filha, Cássio já havia dito à imprensa que pretende processar o aplicativo acessado por Sarah e também a marca do desodorante que ela inalou. Para ele, o app e a empresa do produto “são igualmente responsáveis pela morte” da menina.
Veja entrevista: