São Paulo – Os quatro detentos do presídio de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, acusados de participar da morte de dois líderes da célula de atentados do Primeiro Comando da Capital (PCC) serão julgados pelo júri popular.
Em sua sentença de pronúncia, o juiz de Presidente Venceslau Deyvison Herberth dos Reis afirmou que “há relevantes indicativos de que os executores dos crimes atuaram com crueldade, uma vez que, valendo-se de um canivete e um punhal, teriam desferido múltiplas punhaladas nas vítimas, que em consequência suportaram copiosas lesões e tiveram o corpo todo crivado de perfurações e dilacerações, inflingindo-se-lhes sofrimento extremo e supérfluo”.
Entenda
- Após interrogatórios dos investigados e depoimentos de testemunhas, a Justiça de São Paulo acolheu a denúncia do Ministério Público contra os envolvidos. Ao juri, haverá novos depoimentos de todos os investigados e testemunhas e, ao fim, antes da sentença, acusação e defesas farão suas alegações finais aos jurados.
- Vão responder pelas mortes dos dois líderes do PCC Elidan Silva Céu, Jaime Paulino de Oliveira, Luis Fernando Versalli e Ronaldo Arquimedes Marinho. As vítimas são Reginaldo Oliveira de Sousa, o Rê, e Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o Nefo.
- Eles foram mortos em 17 de junho de 2024, dentro do presídio, a facadas, com marcas de cortes na garganta e em todo o tórax. Câmeras registraram toda a ação. No ano anterior, eles foram presos na Operação Sequaz, que investigou planos para matar agentes públicos, como o senador Sérgio Moro (União).
- Como mostrou o Metrópoles, Jaime Paulino e Luis Fernando confessaram o crime. Ambos dizem ser ex-integrantes da facção que eram ameaçados por Rê e Nefo. Relataram ter se desentendido com eles.
Elidan e Ronaldo disseram em depoimento não ter qualquer envolvimento com os assassinatos. Eles se dizem perseguidos pela diretoria do presídio.
Flagrados por câmeras de segurança (veja acima), quatro presos foram denunciados pelos homicídios, mas negam participação nos crimes. Em comum, os suspeitos pelos assassinatos apresentam péssimo comportamento carcerário e já tinham histórico de envolvimento em mortes em presídio.
Inicialmente, havia suspeita de que o crime tinha mandantes. O MPSP, no entanto, apenas denunciou seus executores.