São Paulo — Dois homens, de 31 e 32 anos, foram detidos após picharem o muro da Cracolândia, construído pela Prefeitura de São Paulo, que fica localizado na Rua General Couto de Magalhães, no centro da capital paulista. As prisões aconteceram na noite de sexta-feira (17/1).
O que se sabe
- Guardas civis faziam patrulhamento quando viram os suspeitos pichando o muro. Com eles, foram apreendidas três latas de spray de tinta;
- Os homens foram encaminhados à delegacia e liberados após assinarem termo circunstanciado;
- O caso foi registrado no 2° DP (Bom Retiro) como pichar, grafitar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano, disse a Secretaria da Segurança Pública.
Em conversa com a imprensa nesta segunda-feira (20/1), o prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou que a gestão não foi notificada sobre o prazo de 24 horas que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), instituiu para que a prefeitura forneça informações sobre a construção do muro.
O muro da Cracolândia
- Com 40 metros de extensão, o muro fica próximo à Estação da Luz, demarcando um terreno de propriedade da Prefeitura que tem formato triangular;
- Uma obra de 2024 trocou os tapumes de metal por uma barreira de alvenaria;
- No lado oposto ao muro, na Rua dos Protestantes, havia um tapume de metal, que foi retirado. Um dos acessos ao local é limitado por grades;
- Segundo a gestão municipal, a obra serviu para “proteger as pessoas em situação de vulnerabilidade”.
A ONG Craco Resiste criticou a presença do muro, acusando a Prefeitura de “confinar” os frequentadores. Além disso, a organização que trabalha com dependentes químicos da região afirma que a obra foi feita sem aviso prévio e sem a participação da população.
A Defensoria Pública de São Paulo emitiu, na quarta-feira (15/1), um relatório recomendando que a Prefeitura da capital remova os gradis e muros instalados na região de Santa Ifigênia.