São Paulo — Os policiais militares (PMs) Dênis Antonio Martins e Fernando Genauro da Silva, apontados pelas investigações respectivamente como o autor dos disparos que mataram Vinícius Gritzbach e o motorista do carro usado na execução, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, em novembro de 2024, trabalharam no mesmo batalhão de polícia.
A informação foi confirmada ao Metrópoles pelo advogado do tenente Fernando Genauro da Silva, Mauro Ribas Júnior. Segundo ele, no entanto, os dois nunca tiveram relações próximas.
“Genauro já não via, não trabalhava com esse Dênis, há pelo menos 10 anos”, afirmou o advogado. “Uma coisa é trabalhar no mesmo batalhão outra é trabalhar como parceiro”, disse Mauro. A defesa alega que o tenente é inocente, não fazia parte da escolta de Gritzbach e não esteve no local do crime.
Saiba mais:
- O tenente Fernando Genauro da Silva foi preso nesse sábado (18/1), apontado como motorista do carro usado para cometer o crime.
- Genauro e Dênis teriam trabalhado juntos em um batalhão que pertence ao Comando de Policiamento de Área Metropolitana Oito (CPA-M8).
- O Comando é responsável por cidades da Grande São Paulo como Osasco, Carapicuíba e Barueri.
- Além do tenente Genauro, o irmão dele, que também é policial militar, também teria atuado com Dênis em um outro batalhão.
- A ligação entre o tenente e o policial apontado como atirador que matou Gritzbach estaria entre os indícios levantados pela investigação da polícia para sugerir uma possível proximidade entre os dois suspeitos.
- O caso está em segredo de Justiça.
- Na última quinta-feira (16/1), o corregedor da Polícia Militar, Fabio Sergio Amaral, afirmou em coletiva de imprensa que Dênis tinha um comparsa na corporação, sem identificar quem seria.
PMs presos
Até agora, 16 policiais militares foram presos durante as investigações sobre a morte de Vinícius Gritzbach. Na quinta-feira foram 15 prisões, incluindo a de Dênis, apontado como o executor do empresário delator da facção Primeiro Comando da Capital (PCC).
Entre os detidos estão ainda 14 policiais que prestavam escolta privada ao empresário apesar do histórico criminal conhecido de Gritzbach. Eles também são investigados por suspeita de ligação com o PCC, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP).
Nesse sábado, a Polícia prendeu o 16º agente da corporação, o tenente Fernando Genauro da Silva, apontado como motorista do carro usado para cometer o crime.
Entenda o caso:
- Gritzbach foi assassinado em novembro de 2024, em frente ao Aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo. O empresário de 38 anos era jurado de morte pelo PCC;
- Durante uma delação, Gritzbach detalhou como a facção lavava dinheiro, além de revelar extorsões cometidas por policiais civis. Tanto eles quanto PMs investigados foram afastados das funções;
- Na quinta-feira (16/1), uma operação da Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo (PMSP) que investiga integrantes da corporação suspeitos de terem envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC) prendeu 15 policiais militares;
- A Corregedoria da PMSP iniciou a Operação Prodotes após receber uma denúncia anônima, em março de 2024, que mencionava supostos vazamentos de informações sigilosas que favoreciam criminosos ligados ao PCC;
- A investigação da Polícia revelou que policiais militares prestavam escolta privada a Gritzbach, apesar do histórico criminal dele, o que levanta a suspeita da participação de PMs na organização criminosa;
- As apurações também demonstraram que informações estratégicas teriam sido vazadas por policiais militares da ativa, da reserva e ex-integrantes da corporação, o que permitia a integrantes do PCC evitarem prisões e prejuízos financeiros;
- Entre os agentes presos na quinta-feira está o policial militar da ativa Dênis Antonio Martins, suspeito de ser o autor dos disparos que mataram o delator do PCC;
- Outro tenente foi preso neste sábado (18/1). Fernando Genauro da Silva é suspeito de ser o condutor do carro usado pelos criminosos na execução do empresário