São Paulo — Um imóvel de alto padrão, um terreno, um sítio, uma lancha e duas motos aquáticas foram apreendidos nesta quinta-feira (16/1) na Operação Ostentação. Os bens, que pertencem a Rogério Faria da Silva, o Morcegão, chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC) no interior de São Paulo, ultrapassam os R$ 4 milhões.
A informação é do delegado Leonardo Bürger, chefe da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Limeira, cidade em que Morcegão atuava como “torre” do PCC. O cargo significa que ele controla as atividades criminosas da facção naquela região, sendo uma espécie de “gerente” da organização.
Preso ao sair de um cruzeiro
- Morcegão foi preso ao desembarcar de um cruzeiro em Santos, no litoral de São Paulo, em 26 de dezembro, na Operação Narcos. Além dele, um aliado do criminoso e um homem responsável pela distribuição de drogas, também foram presos.
- A operação contou ainda com 10 mandados de busca e apreensão em Limeira, onde foram apreendidos carros de luxo, malas de dinheiro, carros e mais de 400 tijolos de cocaína (que totalizam 500 kg da droga).
- Conforme Bürger, a prisão de um grupo de mais de 20 pessoas envolvidas com o crime organizado, em 2023, abriu caminho para a polícia unir provas da participação de Morcegão nos crimes e, assim, decretar sua prisão.
R$ 4 milhões em bens apreendidos
Segundo a Polícia Civil, no âmbito da Operação Ostentação, foram apreendidos um imóvel de alto padrão e um terreno no condomínio Riviera De Santa Cristina XIII, um sítio na área rural da cidade, uma lancha e duas motos aquáticas. O montante ultrapassa os R$ 4 milhões.
Veja os registros feitos pelos policiais:
Quem é Morcegão, “torre” do PCC em Limeira
Sendo “torre” de Limeira na organização criminosa, Morcegão só prestava contas ao “sintonia final” da Baixada Santista.
- Interceptações telefônicas, feitas pela Polícia Civil com autorização judicial, mostram parte dos bastidores do núcleo de Morcegão, em 2015;
- Nas conversas, os criminosos falam sobre a compra e a venda de drogas, além de cobranças e punições de pessoas submetidas a “tribunais do crime”;
- As conversas, de acordo com denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP), revelam “planos de prática de homicídio”, incluindo o de uma pessoa “sequestrada”;
- O chefe do PCC chegou a ter a prisão pedida pela Polícia Civil, junto de mais 22 suspeitos, em agosto de 2023. O pedido, no entanto, foi negado pela 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP);
- A alegação da Justiça foi a de que “a decretação de sua prisão [sic] somente serviria para que fugissem”;
- Antes de chegar à Justiça, o MPSP acolheu parcialmente o pedido da polícia, denunciando 17 suspeitos. Morcegão não fazia parte desse grupo;
- O TJSP optou por não decretar a prisão de nenhum dos membros da quadrilha apontada pela polícia. Os 17 denunciados tiveram, então, o direito de responder ao caso em liberdade.