A quadrilha especializada na fabricação e comercialização de anabolizantes clandestinos utilizava substâncias tóxicas e nocivas para seres humanos nos produtos, como repelentes de insetos.
O grupo foi alvo da Operação Kairos, da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ) e do Ministério Público do Rio (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), na manhã desta terça-feira (14/01).
No total, são cumpridos 15 mandados de prisão preventiva e 23 de busca e apreensão no Rio de Janeiro e no Distrito Federal (DF), com apoio da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), da Polícia Civil da capital da República.
As investigações começaram em junho do ano passado. O Setor de Inteligência da polícia do Rio de Janeiro identificou grandes quantidades de anabolizantes enviadas diariamente pelos Correios para diversos endereços do Rio de Janeiro e para destinatários localizados em outros estados.
Durante as investigações, que duraram cerca de seis meses, os policiais civis apuraram que os anabolizantes eram fabricados clandestinamente e sem fiscalização das autoridades sanitárias.
A quadrilha vendia os produtos em plataformas online e redes sociais, movimentando mais de R$ 80 milhões pelas contas bancárias de alguns dos investigados. Ainda neste período, a polícia apreendeu mais de 2 mil substâncias ilícitas que seriam remetidas, gerando um prejuízo de mais de R$ 500 mil ao grupo criminoso.
Segundo a PCRJ, os investigados são responsáveis pelas marcas Next Pharmaceutics, Pharma Bulls, Thunder Group, Venon, Supreme, Kraft, Phenix e Blank.
Influenciadores
Como estratégia de maximizar as vendas, o grupo investigado patrocinava grandes eventos de fisiculturismo e atletas profissionais, além de remunerar influenciadores digitais para alavancar as vendas.
A polícia também identificou diversos operadores financeiros do bando, que pulverizavam a entrada e saída de quantias milionárias para dificultar possíveis investigações. A Justiça determinou o bloqueio das contas bancárias de todos os envolvidos.
No Distrito Federal, os investigadores da Cord cumpriram um mandado de busca e apreensão em uma gráfica em Taguatinga. Cerca de 500 mil embalagens de anabolizantes já foram apreendidas.
Os denunciados responderão pelos crimes de associação criminosa, crime contra a saúde pública e crimes contra o consumidor. As penas somadas podem chegar a 22 anos de prisão.
As investigações prosseguem para identificar os revendedores, influenciadores e atletas patrocinados para multiplicar as vendas do grupo criminoso. Segundo as investigações, eles chegavam a receber mais de R$ 10 mil mensais para a promoção da marca.